VIH/SIDA

10-09-2010 10:55

Este é um vírus que ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo, a partir de onde se replica e ataca o sistema imunológico, destruindo as células que defendem o organismo e deixando a pessoa infectada, mais debilitada e sensível às chamadas infecções oportunistas, que são provocadas por micróbios e que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona de um modo normal. Podem também surgir alguns tipos de tumores.

Pode transmitir-se através de : sangue,  secreções sexuais e de mãe para filho.

 

Pode-se dizer que infecção pelo vírus do HIV dá-se em quatro fases: A fase aguda, a fase assintomática, a fase sintomática da infecção (sem critérios de SIDA) e a última fase, designada de SIDA.

A fase aguda da infecção ocorre até 4 semanas após o contágio. Os sintomas mais frequentes são semelhantes aos de uma gripe: febre, suores, dores de cabeça e de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga e dificuldades em engolir. Esta fase dura de 1 a 3 semanas e todas as pessoas recuperam. A fase aguda da infecção é aquela onde há um maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue.

Depois da fase aguda surge um período sem sintomas, designado de fase assintomática. Esta fase pode durar em média 8 a 10 anos.

Já na fase sintomática da infecção (sem critérios de SIDA), aparecem sintomas indicativos da existência de uma depressão do sistema imunológico.

A última fase é a chamada de SIDA e caracteriza-se por uma imunodeficiência grave, isto é, deficiência de defesas, que condiciona o aparecimento de manifestações oportunistas (infecções e tumores), ou seja, quando uma pessoa seropositiva tem uma destas infecções oportunistas ou tumores passa a dizer-se que já tem SIDA, porque isso significa que já tem as suas defesas muito debilitadas.

Após entrar na fase de SIDA, o tempo médio de sobrevida é de cerca de um ano e meio, isto na ausência de tratamento anti-retrovírico.

 

 

 

 

Para mais informações sobre este assunto pode sempre ligar para a linha SIDA: 800 26 66 66 ou consultar a página www.sida.pt.

 

Dissemos que o HIV ataca o sistema imunológico, ora, este sistema é constituído por orgãos, células e moléculas que reconhecem  agentes agressores e defendem o organismo da sua acção.

No sistema imunológico existem células chamadas glóbulos brancos ou leucócitos. Os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea e podem-se diferenciar em neutrófilos polimorfonucleares, eosinófilos, basófilos, monócitos ou linfócitos.

Por sua vez os linfócitos podem-se diferenciar em linfócitos T e linfócitos B.

Os linfócitos B têm como função produzir anticorpos para combater os agressores.

Quanto aos linfócitos T podem ser de diversos tipos. Um tipo específico é o T4. Os linfócitos T4, também conhecidos como células CD4 dão o sinal de alerta ao sistema imunológico para produzir citocinas, substâncias químicas que vão chamar outras para combater os agentes agressores. Os linfócitos T8, também conhecidos como células CD8, são os que destroem as células infectadas.

Os mónocitos também se diferenciam em macrófagos que decompõem as células mortas e elementos invasores, agindo nos orgãos infectados.

Quando o HIV entra no corpo multiplica-se muito rapidamente provocando uma diminuição das células CD4 de modo que, a pessoa infectada com este vírus, a pessoa seropositiva, fica mais susceptível a doenças oportunistas, porque não têm aqueles agentes que vão sinalizar os invasores.

Podemos olhar para este processo como uma batalha: ao detectar elementos invasores, as células CD4 dão ordens para actuar contra os inimigos. Obedecendo ao comando das CD4, as células CD8 atacam os elementos agressores do sistema imunológico e no fim da batalha, os macrófagos fazem a limpeza, digerindo as células mortas.

À medida que a infecção avança as células CD4 vão sendo cada vez mais destruídas, o que faz com que as defesas do organismo fiquem debilitadas e a capacidade de defesa do organismo diminuida. Desta maneira, se a pessoa infectada apanhar uma doença oportunista, como por exemplo uma pneumonia, pode mesmo morrer porque o seu corpo não é capaz de se defender.

O grau de replicação e crescimento do vírus é-nos dado pelo valor da carga vírica (ou viral) que é a quantidade de vírus existente no sangue do doente. Quanto mais elevado for o seu valor, mais rápida é a evolução da doença.

No entanto, com os anti-retrovíricos, isto é, os medicamentos actualmente disponíveis para o tratamento desta infecção, a sobrevida dos doentes pode ser muito mais longa desde que se cumpra o tratamento e as restantes indicações médicas à risca. Actualmente existem algumas pessoas que vivem com esta infecção há mais de 20 anos. 

 

Não se apanha SIDA através de :

Tosse e espirros, nem através de  contactos sociais como conversas. A partilha de roupa, loiça ou talheres e o uso comum de casas de banho ou de mobiliário também não funcionam como meios de transmissão da SIDA. Apertos de mão, carícias, beijos e abraços não oferecem qualquer perigo de transmissão da SIDA.

 

A transmissão dá-se através de sangue, sémen, fluidos vaginais e leite materno dos seropositivos, sendo a forma mais perigosa de contágio o contacto com uma seringa contaminada, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea.

Os objectos cortantes ou que possam ter estado em contacto com o sangue de uma pessoa infectada são potenciais meios de transmissão do HIV. Assim, não se devem partilhar lâminas de barbear, escovas de dentes ou seringas. Também é desaconselhada a partilha de material usado na preparação de drogas injectáveis, agulhas de acupunctura, alguns instrumentos de cabeleireiro, de manicure e os usados para fazer tatuagens e piercings.

A protecção a nível do contacto sexual é sempre importante e aqui ainda mais! Deve-se usar sempre preservativo, para proteger não só o parceiro, mas a própria pessoa.

É importante ter sempre presente que as aparências podem enganar. Uma pessoa com um aspecto perfeitamente saudável pode ser portadora desta infecção. 

Hoje em dia, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, já que são feitos testes a todos os dadores. O dar sangue também não representa nenhum risco, já que é utilizado material descartável e esterilizado.Quanto ao diagnóstico, este é feito a partir de análises ao sangue. Nos primeiros três meses após o contágio os resultados não são certos e por isso as análises devem ser repetidas 4-6 semanas e 3 meses após a primeira análise.

O teste mais usado para detectar a presença do HIV é o ELISA («Enzime Linked Immuno-Sorbent Assay»). Se forem realizados dois testes ELISA e o resultado for positivo usa-se teste «Western Blot» para confirmar o resultado. Os dois exames detectam os anticorpos específicos produzidos pelo hospedeiro como resposta à infecção vírica. Se os anticorpos forem detectados, diz-se que a pessoa é seropositiva. Estes testes são, geralmente, repetidos de 3 em 3 meses.

No caso de recém-nascidos, filhos de mães seropositivas, os testes aos anticorpos só têm completa validade ao fim de 18 meses. Se nessa altura a criança não apresentar anticorpos é porque o HIV não se encontra presente, e o bebé torna-se seronegativo. Pode também fazer-se uma análise complementar para verificar se o material genético do vírus está presente.

Apesar de não haver cura para o HIV,  o tratamento é possível.

Actualmente, os tratamentos antiretrovirais, compostos por mais que um medicamento reduzem a carga vírica, ou seja, a quantidade de vírus presente no sangue, e atrasam os danos que este pode provocar no sistema imunológico. Apesar dos medicamentos reduzirem a quantidade de vírus no sangue ao fim de alguns dias, o risco de transmissão da infecção a outras pessoas não desaparece.

Os medicamentos prescritos  devem ser tomados todos os dias nas horas programadas e a sua toma não deve ser interrompida. Estes medicamentos possuem efeitos secundários como cansaço, náuseas, vómitos, diarreia, dores de estômago, de cabeça e musculares. Assim, a sua utilização deve ser sempre vigiada por um médico.

O trabalhador infectado pelo HIV não é obrigado a divulgar, no local de trabalho, o seu estado de saúde, salvo as condições excepcionalmente previstas no Código do Trabalho.

A estimativa da UNAIDS ( AIDS epidemic update, UNAIDS, www.unaids.org ) aponta para cerca de 42.000 pessoas infectadas em Portugal (cerca de 0,4% da população Portuguesa).

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