Quando se pode falar de Andropausa

Para Kinsey, a libido (desejo sexual) diminui no homem com o envelhecimento, podendo a frequência das relações sexuais passar de 4,5/3,3 entre os 16 e 25 anos para 1,8/1 vezes por semana entre os 50 e 69 anos e para 0,9 vezes após os 70 anos. Para que se possa falar de andropausa é necessário que o número de relações seja francamente inferior ao referido por Kinsey, ou que haja uma diminuição significativa em relação a um período anterior.

Paralelamente, a erecção é mais lenta (mas pode persistir durante muitos anos), a ejaculação é retardada, o período refractário alonga-se, e o volume testicular diminui.

Na andropausa há uma associação de manifestações clínicas e de alterações biológicas. Os sintomas mais frequentemente encontrados são a fatigabilidade, a falta de concentração, a tendência depressiva, a ansiedade, as perturbações do sono, suores, taquicardia (aceleração do ritmo cardíaco), obstipação (prisão de ventre), atrofia cutânea e sensação de calor. Deve-se notar que estas alterações podem-se reflectir na actividade profissional. As manifestações clínicas são, na verdade, discretas, e só se tornam realmente significativas, quando os níveis de testosterona baixam francamente.

Aos 50 anos, o homem encontra-se, por vezes, numa situação psicológica relativamente traumatizante. Seus pais, muitas vezes pelo envelhecimento, perderam a autonomia. Seus filhos discutem a sua autoridade, ou não realizaram os projectos desejados. A sua mulher perdeu a imagem que durante anos alimentou de mãe modelo e de esposa dedicada. Atingiu uma época que Willy Pasini chamou da "idade do metal - do dinheiro em prata, do dente em ouro, do pénis ... de chumbo". A sua actividade criadora diminui, a idade da reforma aproxima-se, os concursos públicos já não os atingem, e os cursos de reciclagem profissional estão reserv ados para os mais novos. Vive numa sociedade que tem o projecto de prolongar a vida, mas não tem preocupação em melhorar os anos ganhos, como se os progressos de esperança de vida não fossem tidos em conta.

A energia sexual provem da hormona masculina, a testosterona, segregada pelo testículo. Esta secreção hormonal é necessária ao fabrico dos espermatozóides mas também ao bom estado das células e à vascularização do testículo. A diminuição da secreção da testosterona provoca uma diminuição do número de espermatozóides e uma redução do volume do testiculo. O pénis torna-se flácido, a ejaculação torna-se impossível, o orgasmo desaparece. Deve-se pois considerar que, para além da actividade sexual, é o potencial sexual que é fundamental, porque é ele que condiciona o potencial da vida.

 

Fonte: www.sexualidades.com