41% das gravidezes a nível mundial não são planeadas

19-02-2014 10:47

26 de Setembro é Dia Mundial da Contracepção (DMC), uma data assinalada desde 2007

 

  • Todos os anos, mais de 41% dos 208 milhões de gravidezes em todo o mundo não são planeadas, o que significa que mais de 80 milhões de mulheres têm filhos não desejados ou planeados.
  • Dois milhões de adolescentes com menos de 15 anos e 16 milhões com idade entre os 15 e os 19 anos são mães anualmente; neste último grupo etário, nos países menos desenvolvidos, as principais causas de mortalidade estão relacionadas com a gravidez/parto. Em Portugal a taxa de fecundidade na adolescência tem vindo a descer desde 2000 (época em que superava os 20‰), situando-se em 2011 nos 13,3‰ (por mil).
  • Mais de metade das mulheres em idade reprodutiva nos países desenvolvidos - aproximadamente 867 milhões - quer evitar a gravidez. Mesmo nestes países, há 222 milhões de mulheres que ainda não têm resposta às suas necessidades de contracepção.
  • A contracepção já previne 188 milhões de gravidezes não planeadas nos países em desenvolvimento, o que resulta em menos 112 milhões de abortos, menos 1,1 milhões de recém-nascidos mortos e menos 150 mil óbitos de grávidas/parturientes.
  • Os jovens adultos (15-24 anos) representam apenas 25% da população mundial sexualmente activa mas totalizam quase 50% dos novos casos de doenças sexualmente transmissíveis.


26 de Setembro é Dia Mundial da Contracepção (DMC), uma data assinalada desde 2007 por 11 ONGs internacionais e sociedades médicas e científicas que criaram o movimento “Your Life” e assumiram como missão reforçar o nível de conhecimento sobre os métodos contraceptivos existentes para que a população mais jovem possa fazer escolhas informadas relativamente à sua saúde sexual e reprodutiva.

 

Este ano, o movimento “Your Life” volta a afirmar que conhecer as opções sobre contracepção é fundamental para planear a vida e o futuro, sendo igualmente um imperativo para reduzir as mais de 80 milhões de gravidezes anuais não planeadas e as perto de 16 milhões de adolescentes que se tornam mães todos os anos.

 

Mais informação permitiria igualmente diminuir a incidência das infecções sexualmente transmissíveis (IST), que infectam anualmente uma em cada 20 adolescentes. As IST afectam as mulheres e jovens adolescentes de forma desproporcional e a idade em que as mulheres são infectadas está a decrescer.

 

Refira-se que a cada ano, são registadas 499 milhões de novas infecções sexualmente transmissíveis (sífilis, gonorreia, clamídia e tricomoníase) e este número não inclui o VIH e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

 

Apesar de haver cada vez mais informação disponível sobre sexualidade e contracepção, os múltiplos dados recolhidos pelo Movimento “Your Life” e resultantes de mais de uma dezena de estudos, confirmam que há ainda um longo caminho a percorrer para chegar a um patamar em que cada um esteja consciente das suas opções de contracepção, no qual cada gravidez possa ser uma gravidez desejada e em que as infecções sexualmente transmissíveis sejam de facto prevenidas.

 

Refira-se que mesmo em países desenvolvidos, se estima que perto de um quarto da população (23%) continue a escolher a sua contracepção sem conhecer as várias opções existentes. Cerca de um quarto dos jovens (23% de raparigas e rapazes) admite ter dúvidas sobre contracepção e saúde sexual que não se encontram esclarecidas e quase metade das jovens mulheres (44% com idade entre os 16 e os 24 anos) desconhece se a contracepção que usa é a mais adequada à sua idade e estilo de vida.

 

A vergonha ainda constitui um factor de risco para o comportamento sexual dos jovens, o que significa que estes continuam a apresentar alguma resistência na sua procura de informação e conselhos sobre sexo e contracepção.

 

Os comportamentos parecem igualmente revelar algum alheamento sobre os riscos que comportam, uma vez que 44% dos jovens assume dar prioridade à higiene pessoal (duche, depilação, perfume…) face à contracepção quando se prepara para um encontro que possa envolver sexo.

 

O argumento económico

 

Além dos riscos de saúde, esta realidade comporta igualmente custos substanciais – de saúde e segurança social - que poderiam ser reduzidos com mais informação e melhor contracepção.

 

Dados recolhidos no Reino Unido demonstram que por cada libra investida em contracepção o Serviço Nacional de Saúde poupa 11 libras que seriam gastas em cuidados de saúde adicionais. Nos EUA, os apoios às crianças nascidas de mães adolescentes custa aos contribuintes (federais, estatais e locais) pelo menos 9,1 mil milhões de dólares por ano.

 

Fonte:  https://www.rcmpharma.com

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