Grávidas devem se vacinar contra tétano, difteria, gripe e hepatite B

02-05-2010 15:55

Especialista do Instituto da Criança, Marcelo Vallada tirou dúvidas da web.
Dose contra rubéola, porém, só é indicada antes ou depois da gestação.

 

Na sequência do Bem Estar desta segunda-feira (18), o pediatra e especialista em vacinas do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (HC) Marcelo Vallada tirou as dúvidas que chegaram pela internet sobre imunização de adultos.

Segundo ele, as doses feitas à base de ovo são as de gripe, tríplice (sarampo, caxumba e rubéola) e febre amarela. Pessoas com alergia grave podem passar por uma diminuição desse processo, e as com reação leve podem ser vacinadas desde que com autorização médica.

Toda mulher grávida deve tomar a dupla tipo adulto (contra tétano e difteria) a partir do segundo trimestre de gestação, cujos anticorpos são passados para a criança, e a da gripe, doença que se torna mais grave nesse período. A vacina contra a gripe é trivalente, ou seja, protege contra três tipos principais: influenza B, influenza A (H3N2) e influenza A (H1N1).

As futuras mães com risco de hepatite B também devem se imunizar. Já a vacina de rubéola é indicada apenas antes ou depois da gravidez, por precaução. Quem amamenta pode tomar a maioria das doses, mas precisa avaliar com um profissional se há realmente a necessidade de imunização contra febre amarela cerca de 6 meses após dar à luz.

Em relação às doenças sexualmente transmissíveis (DST), o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece somente a vacina contra hepatite B. A do vírus do papiloma humano (HPV) ainda não entrou no programa nacional de imunização. De acordo com Vallada, a dose contra o HPV protege de lesões pré-cancerosas no colo do útero. A faixa etária recomendada para as brasileiras vai dos 9 aos 26 anos.

Um indivíduo pode tomar vacina mesmo se estiver fazendo uso de antibióticos. O médico explicou, ainda, que qualquer dose pode causar reações, mas em geral são muito leves, como desconforto local, que pode ser resolvido com compressa de água fria. Contra febre, pode-se usar um antitérmico.

Além disso, o especialista esclareceu o que é a síndrome de Guillain-Barré, doença que causa paralisia e é associada a vacinas em casos raros – um a cada 2 milhões de doses contra gripe suína. Vallada disse que não há vacina contra doenças autoimunes, como o lúpus.

Para pessoas com baixa imunidade, como pacientes de quimioterapia, não é indicada a imunização que contenha agentes infecciosos vivos (como a tríplice). E esse termo "baixa imunidade" não deve ser aplicado a quem está com um resfriado ou gripe, por exemplo.

Segundo o médico, a vacina contra hepatite B deve ser tomada como medida de prevenção, e não de terapia - quem já tem a doença não vai se beneficiar da dose. Adultos obesos, idosos e fumantes podem ter uma proteção menor. Contra hepatite C, não há imunização.

Por fim, o especialista destacou que a maioria das vacinas no país faz parte de um programa nacional que vale para todas as regiões, mas algumas prefeituras podem incluir uma dose ou outra, de acordo com a necessidade local.

 

Fonte: https://g1.globo.com/bemestar

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