HPV ligado a um terço dos casos de cancro da garganta
19-02-2014 10:36Um terço das pessoas diagnosticadas com cancro na garganta foi infectado com uma forma do vírus HPV, sugere um estudo, citado pela BBC Brasil, avança o portal Terra. O HPV (papilomavírus humano) é a principal causa de cancro cervical, e o vírus é conhecido por se espalhar através do contacto genital ou oral.
Especialistas dizem que um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology, que quantifica a ligação entre o vírus e a doença , mostrou "resultados impressionantes".
Existem mais de 100 tipos de HPV. A maioria das pessoas serão infectadas pelo HPV em algum momento, mas na maior parte o sistema imunológico oferecerá protecção.
Existem duas estirpes de HPV que são mais susceptíveis de causar cancro - HPV-16 e HPV-18.
HPV-16 é supostamente responsável por cerca de 60% dos casos de cancro do colo do útero, 80% dos casos de cancro no ânus e 60% dos cancros orais.
Cerca de 1.500 pessoas são diagnosticadas com cancro da garganta a cada ano no Reino Unido, com cerca de 470 mortes em decorrência da doença.
Benefício da sobrevivência
Este estudo analisou a ligação do HPV com cancro do fundo da garganta - cancro da orofaringe.
Foram observados os resultados dos testes de sangue recolhidos de pessoas que participaram de um grande estudo prospectivo em estilo de vida e cancro, que eram todos saudáveis no início.
Todos cederam uma amostra de sangue, quando participam do estudo, e, neste caso, os investigadores foram capazes de verificar a presença de anticorpos contra uma das principais proteínas do HPV - o E6.
O E6 derruba parte do sistema de protecção das células que deveria prevenir o desenvolvimento de cancro.
Ter os anticorpos significa que o HPV já superou este sistema de defesa e provocou alterações - que podem ser cancerígenas - nas células.
Os investigadores compararam os resultados dos testes de sangue - alguns realizados há mais de 10 anos - de 135 pessoas que desenvolveram cancro da garganta com o de 1.599 pessoas sem cancro.
A equipa da Universidade de Oxford constatou que 35% das pessoas com cancro na garganta tinham os anticorpos, em comparação com menos de 1% das pessoas que estavam livres do cancro.
No entanto, esses pacientes eram mais propensos a sobreviver ao cancro da garganta do que as pessoas cuja doença tinha outras causas, como uso de álcool ou tabaco.
O estudo constatou que 84% das pessoas com os anticorpos ainda estavam vivas cinco anos após o diagnóstico, em comparação com 58% daqueles sem os anticorpos.
Efeito mais amplo?
Ruth Travis, cientista do Cancer Research UK, em Oxford, que trabalhou no estudo, disse: "Esses resultados surpreendentes fornecem alguma evidência de que a infecção por HPV-16 pode ser uma importante causa de cancro de orofaringe".
Sara Hiom, directora de informação de saúde do Cancer Research UK, disse: "O HPV é um vírus extremamente comum. Praticar sexo seguro pode reduzir o risco de contrair ou transmitir o HPV, mas preservativos não conter as infecções por completo".
Ela acrescentou: "Se a vacina contra HPV também pode proteger contra infecções de HPV oral e cancro, então ele poderia ter um potencial efeito protector mais amplo, mas não temos pesquisa suficiente ainda para nos dizer".
Fonte: https://www.rcmpharma.com
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