HPV - Vírus do Papiloma Humano

04-01-2011 14:51

O que é o HPV?

O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é um vírus sexualmente transmissível com a capacidade de infectar todas as pessoas, independentemente do seu sexo, idade, etnia ou localização geográfica. Desde o inicio dos anos 90, a associação deste vírus com o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e outras patologias anogenitais tem sido muito forte, acreditando-se hoje que esteja presente em 99% dos casos de cancro do colo do útero.

As infecções por HPV são extremamente comuns, no entanto, a maioria dos indivíduos infectados não apresenta sintomas. Existem diferenças ao nível das infecções por HPV, sendo que a presença de papilomas ou de verrugas genitais sugere infecção por HPV’s não oncogénicos (baixo-risco) enquanto que no caso de lesões do colo do útero os mais frequentes são os oncogénicos (alto-risco).

Sendo uma infecção transmitida por via sexual, são extremamente importantes as precauções a este nível. A utilização de preservativos não garante protecção contra a infecção por HPV, apesar do seu uso ser recomendado devido à eficácia na prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis.

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Existem tipos diferentes de HPV?
O HPV pertence à família dos Papovavírus, na qual foram encontrados mais de 120 tipos diferentes. A maior parte dos tipos leva ao desenvolvimento de verrugas cutâneas, no entanto, existem outros capazes de infectar a região anogenital. Ainda assim, os tipos de HPV encontrados nas verrugas não são os mesmos dos tumores malignos, facto que mostra a importância do estudo do HPV.

Dentro dos tipos capazes de infectar a região anogenital, podem distinguir-se dois tipos: baixo e alto risco, em função da sua capacidade em induzir o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero.

As estirpes de HPV de baixo risco/não oncogénicas (tipo 6,  11, etc...) são encontradas nos condilomas/verrugas genitais e apresentam menor risco de progressão para malignidade. As estirpes de HPV de alto risco/oncogénicas (tipo 16, 18, 31, 33, 45, 58, etc...) estão associadas ao desenvolvimento de lesões malignas.

No geral, uma infecção por HPV não leva ao desenvolvimento de cancro. No entanto, 99% das mulheres que têm cancro do colo uterino estão infectadas por estirpes de HPV de alto risco.

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Quais são as características da infecção por HPV?

O HPV é facilmente transmitido por contacto sexual, não sexual (familiar ou hospitalar) e por via materno fetal (durante a gestação, intra e periparto). Apesar de nada se saber acerca da viabilidade do vírus fora do organismo, considera-se a transmissão por via não sexual apenas viável durante curtos períodos de tempo.

O período de incubação, desde a infecção até ao desenvolvimento de doença (forma clínica e/ou subclínica) não é muito bem conhecido. Contudo, muitos estudos sugerem que este demorará entre 3 semanas a 8 meses, com uma média de 3 meses, desde que existam as condições propícias para o seu desenvolvimento. Na maioria das vezes o desenvolvimento está relacionado com a competência imunológica de cada indivíduo e a carga viral (quantidade de vírus) no local da infecção.


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Quais são os sintomas?
Normalmente, uma infecção por HPV é assintomática, não localizada e na maioria das vezes multicêntrica. Geralmente não se observa qualquer alteração no corpo, podendo surgir apenas comichão, ardor durante o acto sexual ou corrimento anormal.

As infecções por HPV podem-se manifestar de três formas distintas:

  • forma latente: caracterizada pela presença latente do vírus e que não apresenta qualquer sintoma que evidencie sinais para diagnóstico. Pacientes com histórico de infecções por HPV devem, juntamente com os exames de rotina, efectuar diagnósticos por técnicas de biologia molecular que permitem a identificação do vírus e assim esclarecer o possível desenvolvimento de qualquer lesão.
  • forma subclínica: infecção assintomática ou apenas com alguns sinais inespecíficos, como prurido, ardência e dor durante a relação sexual. Médicos ginecologistas são capazes de identificar e visualizar uma lesão sob a forma subclínica, utilizando métodos de diagnósticos específicos, como por colposcopia. A análise de infecção por HPV deve ser efectuada quando há suspeita de alterações no colo do útero.
  • forma clínica (condiloma): presença de verruga genital visível a olho nú com um aspecto áspero e irregular (couve-flor) que pode aparecer nas formas acuminado, plano e gigante. A mais comum é a forma acuminada, uma forma verrugosa de cor rósea, superfície rugosa e consistência firme, conhecida como crista de galo. A forma plana aparece como tecido branco acompanhado ou não de alterações vasculares. O condiloma gigante é a forma vegetante e exuberante, caracterizada por um crescimento por vezes muito rápido.

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Como pode ser feito o diagnóstico?
A identificação de uma infecção pró HPV pode ser efectuada por diversos exames:

Papanicolau: é o exame preventivo mais comum que, apesar de não detectar a presença do vírus, permite a visualização de alterações morfológicas ao nível do colo do útero suspeitas de uma infecção pelo HPV.

Colposcopia: exame feito por um aparelho denominado colposcópio, que aumenta o poder de visão do médico, permitindo identificar as lesões que necessitam à posteriori, de confirmação histológica e de diagnóstico de infecção por HPV.

Biopsia: remoção de uma pequena porção de tecido do colo do útero para análise histológica e diagnóstico de infecção por HPV.

PCR (Polimerase Chain Reaction): técnica de biologia molecular que recorre à amplificação de uma sequência especifica do DNA do vírus, multiplicando o número de cópias dessa sequência, de modo a que possa ser detectada. Altamente sensível e capaz de detectar o vírus mesmo em quantidades muito pequenas.

Captura Híbrida: é uma técnica que permite diagnosticar a presença do vírus mesmo antes da paciente apresentar qualquer sintoma. É o único exame capaz de afirmar com certeza se a infecção existe ou não. Utiliza equipamentos específicos que permitem a detecção e identificação da infecção por vírus, permitindo distinguir entre vírus de alto e/ou baixo risco.

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Em que consiste o tratamento?
O tratamento das infecções por HPV depende de diversos factores, de entre os quais: a idade da paciente, o local e o número de lesões e o estado de saúde geral da mulher. É muito importante o acompanhamento médico e uma vigilância assídua mesmo no pós-tratamento.

Quais as formas de tratamento de uma infecção por HPV?
Apesar de existir várias formas de tratamento, não há um tratamento único e a maioria tem como finalidade destruir o tecido infectado. Os tratamentos existentes são:

Criocirurgia: tratamento feito por um instrumento que congela e destrói o tecido anormal;

Laser: utilizado para cortar ou destruir o tecido onde se encontram as lesões;

Cirurgia de Alta Frequência (CAF)/Electrocauterização: instrumento eléctrico que remove e cauteriza a lesão;

Conização: um pedaço de tecido em forma de cone é retirado com auxilio do bisturi, do Laser ou do CAF;

Tratamentos Químicos: terapêuticos aplicados sobre as lesões;

Imunomodeladores: terapêuticos capazes de aumentar a resposta imunológica para o combate à infecção;

Quais as formas de tratamento de um carcinoma do colo do útero?
No caso de estar perante um carcinoma do colo do útero, o acompanhamento médico é especialmente importante, uma vez que os tratamentos aplicados são mais específicos e rigorosos. No tratamento desta neoplasia estão indicadas terapias multidisciplinares envolvendo a Cirurgia, a Radioterapia e a Quimioterapia. Os protocolos de tratamento deverão ser discutidos por uma equipa clínica na presença da paciente, procurando sempre a melhor resolução e com o mínimo de complicações para a paciente.

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Como posso prevenir o HPV?
São necessários alguns cuidados:

  • Manter a higiene e visitar regularmente o médico. Se estiver perante os sintomas descritos, procure o seu ginecologista: comichão, corrimento, sangramento anormal (fora da menstruação) e dor durante a relação sexual.

 

  • Reduzido número de parceiros sexuais e uso do preservativo, apesar de alguns estudos revelarem que este não garante protecção contra a infecção. A maioria das pessoas sexualmente activas podem estar infectadas. Fale com o seu parceiro!

 

  • Estão descritos como co-factores de risco para o desenvolvimento de cancro do colo do útero: hábitos tabágicos, uso de contraceptivos orais, presença de doenças venéreas, deficiências nutricionais, idade precoce da primeira relação sexual e múltiplos parceiros sexuais.

Fonte: https://www.ipoporto.min-saude.pt

 

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