O conhecimento sobre as principais vias de transmissão da infeção pelo VIH foi quase universal: em cada estudo conduzido entre 1994 e 2010, mais de 99% dos inquiridos sabia que poderia ser infetado pelo VIH através de relações sexuais desprotegidas e nos três últimos estudos mais de 98,5% sabia que poderia contrair a infeção através da partilha de seringas (estas questões não integraram os questionários nos anos anteriores).
A crença de que a infeção pelo VIH pode ser transmitida por vias improváveis é, contudo, mais comum. Em 1992, 28% dos homens e 17% das mulheres pensava que poderia contrair a infeção através da picada de um mosquito e 9% dos homens e 7% das mulheres acreditava poder infectar-se através da utilização de casas de banho públicas. Em 2010, esta percentagem desceu para níveis de pré-campanha: 31% dos homens e 28% das mulheres no último estudo acreditava que os mosquitos transmitiam a infeção pelo VIH e 21% e 18% respetivamente que poderia contrair a infeção através do uso de casa de banho públicas.
A acompanhar estes dados, uma acentuada descida na crença de que o preservativo poderia prevenir a infeção pelo VIH. Apesar de 9,2% dos respondedores pensar que usar o preservativo reduz a probabilidade de transmissão da infeção pelo VIH, apenas 54% dos homens e mulheres pensam que os preservativos oferecem proteção total, de 100%, para a infeção pelo VIH em 2010, em comparação com 79% dos homens e 76% das mulheres em 1994.
Quando questionados de outra forma, perguntando às pessoas se a transmissão da infeção pelo VIH é possível nas relações sexuais com o uso do preservativo, 40% dos homens e 33% das mulheres, em 2010, reportaram ser possível, em comparação com 15,5% de todos os respondedores do questionário de 1994.
Tal como afirmam os investigadores, esta visão do preservativo pode ser devida à ignorância sobre a sua eficácia, como pode também querer dizer um melhor conhecimento prático sobre as dificuldades de usá-lo e a tendência para rebentar ou deslocar-se.
O conhecimento de alguém seropositivo para a infeção pelo VIH está agora situado nos valores de 1992: em 1992 e 2010, cerca de 10% dos respondedores afirmaram que conheciam alguém seropositivo para o VIH em comparação com mais de 20% em 1998 e 2001, apesar da prevalência da infeção em França ter descido 50% durante este período. Tal, deve-se provavelmente ao facto de o tratamento reduzir os sintomas de SIDA e a uma redução da necessidade de divulgar o estatuto serológico.
As pessoas têm menos receio das consequências da infeção pelo VIH. Em 1992, cerca de 20% dos respondedores tinha medo de “ter SIDA”. Após a campanha de sensibilização, em 1994, quase duplicou para os 44% nos homens e 49% nas mulheres. Contudo, tinha já descido para 25% nos homens e 33% nas mulheres em 1998.
Em 2010, 20% das mulheres e 18% dos homens tinham receio de ter SIDA, número não muito superior relativamente ao medo de ter outras infeções sexualmente transmissíveis (16 e 14% respetivamente).
Tal, foi acompanhado pelo aumento do fatalismo (assintomático) da infeção pelo VIH, especialmente nos homens. Em 2010, 38% dos homens e 33% das mulheres tinha medo de poder estar infetado pelo VIH, subindo para 26 e 28% respetivamente em 1998, quando a pergunta foi pela primeira vez colocada.