Sexo Oral Associado a Risco de Cancro

14-03-2010 12:22

Dados apoiam a ligação do sexo oral a cancro, anunciaram cientistas dos Estados Unidos da América durante o encontro da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência, que teve lugar no Domingo, em Washington.
     A Professora Maura Gillison, da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado de Ohio, promoveu a necessidade de investigação futura no sentido de perceber como é que o vírus do papiloma humano (HPV) poderá ter contribuído para o aumento de 225 por cento dos casos de cancro oral nos Estados Unidos, entre 1974 e 2007, principalmente entre homens caucasianos jovens. Actualmente, os casos de cancro oral relacionados com o HPV ultrapassam os relacionados com o consumo de tabaco, ainda a causa predominante de tais casos a nível mundial.
     "Quando se comparam as pessoas que têm uma infecção oral com as que não têm, o único grande factor é o número de parceiros em que as pessoas realizaram sexo oral", disse Gillison. "Quando o número de parceiros aumenta, o risco aumenta", disse ela.
     Estudos anteriores haviam indicado que pessoas com seis ou mais parceiros de sexo oral ao longo da vida apresentavam uma susceptibilidade oito vezes superior a cancros de cabeça ou pescoço associados ao HPV, do que aquelas com menos de seis parceiros, de acordo com Gillison.
     Infelizmente, os jovens não têm, muitas vezes, consciência dos riscos, disse o Professora Bonnie Halpern-Felsher, da Universidade de California-San Francisco. "Os prestadores de cuidados de saúde, familiares e outros educadores não estão a falar com os adolescentes acerca de sexo oral, ponto final", disse ela. "Os adolescentes não têm, realmente, qualquer ideia de que o sexo oral está associado a qualquer consequência como [infecções sexualmente transmissíveis], HPV, clamídia e outros".
     O campo do cancro oral está atrasado em relação ao do cancro cervical, que tem uma associação com o HPV mais conhecida, observou Diane Harper, investigadora na Universidade de Missouri, que apresentou juntamente com Halpern-Felsher na conferência. Contudo, os cancros de cabeça e pescoço poderiam beneficiar de tecnologia já usada para a identificação do HPV no cancro cervical, disse Harper.
     Dados do Instituto Nacional do Cancro documentam mais de 150 tipos diferentes de HPV, aproximadamente 40 dos quais são transmitidos sexualmente e associados a verrugas genitais e cancros orais, anais, vaginais e do pénis.

 

Fonte: www.aidsportugal.com

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