Ejaculação Precoce ou Prematura

 

Em que consiste? - Definição
Consiste na ejaculação após estimulação sexual mínima ou quando o homem não consegue adiar a ejaculação o tempo suficiente. Em casos extremos a ejaculação ocorre tão rápido após a erecção que o homem não tem tempo de inserir o penis na vagina. Noutros casos o homem pode adiar a ejaculação por algum tempo mas não pelo tempo que gostaria.

É possível que seja a disfunção sexual mais comum nos homens, talvez mesmo a primeira visto que muitos homens não procuram ajuda para este problema. A ejaculação precoce ou prematura é especialmente frequente entre homens jovens que têm uma excitabilidade muito fácil e ainda não aprenderam a controlar a ejaculação. Existem outros factores como a novidade da situação ou o parceiro sexual, que podem produzir igualmente ejaculação precoce.

Quando é então possível dizer que a ejaculação precoce ou prematura é uma disfunção? Normalmente, considera-se disfunção se ocorrer antes de três minutos após a penetração. Mas tempos de entre três a sete minutos podem ser considerados disfuncionais se provocam preocupação com o controlo ejaculatório, se interferem com a capacidade em estabelecer relações íntimas, ou se o casal se considera insatisfeito com o grau de controlo ejaculatório.

A ejaculação precoce pode criar uma série de problemas psicológicos, dada a importância que têm as capacidades de adiamento da ejaculação e satisfação da parceira, na forma como vemos a qualidade da relação sexual. Um homem que de forma repetida e constante tem ejaculações precoces, pode começar a ficar ansioso em relação à sua masculinidade e competência sexual. Esta disfunção pode igualmente afectar a parceira que se sente frustrada visto também não conseguir ter uma experiência sexual satisfatória, podendo acabar por su rgirem problemas na relação.

Qual é a causa? - Etiologia

As disfunções sexuais em geral podem dever-se a factores orgânicos, a medicamentos ou drogas, e/ou factores psicológicos. No caso da ejaculação precoce ou prematura temos:

  1. Factores Orgânicos
    Na grande maioria dos casos esta disfunção não tem uma causa orgânica, tanto para a disfunção primária como para a secundária.
    No entanto, os casos de disfunção secundária podem eventualmente dever-se a uma infecção local como a prostatite, ou a doenças neuronais degenerativas em que podem ser afectadas partes do sistema nervoso relacionadas com esta função como no caso da esclerose múltipla.
  2. Utilização de Substâncias ou Drogas
    Esta disfunção pode eventualmente ser atribuída à utilização de uma substância, ou mais frequentemente à paragem ou abstinência de opiáceo.
  3. Factores Psicológicos
    Entre os factores psicológicos que podem estar subjacentes às disfunções psicossexuais, destacam-se para a ejaculação precoce ou prematura os seguintes como mais prováveis: ansiedade em geral, ansiedade de desempenho intensa, aprendizagem de estratégias comportamentais de controlo da ejaculação não foi realizada.
    Em alguns homens que adquiriram o hábito de consumir álcool para atrasar o orgasmo, a disfunção surge quando deixam de o fazer, pois estes homens não aprenderam estratégias comportamentais de controlo da ejaculação.
    Se tiver esta disfunção é aconselhada a consulta de um especialista na área, que avalie os factores que podem estar subjacentes ao seu problema.

O que é que eu posso fazer? - Terapia
Em termos práticos, e nos casos em que se suspe ita ser um problema relativamente simples, pode tentar-se logo de início as seguintes recomendações, não esquecendo que o problema deve-se principalmente à ansiedade:

  1. Utilizar preservativos grossos (ou dois sobrepostos a fim de diminuir a sensibilidade).
  2. Aplicar na glande, no início da erecção, cremes para diminuir a sensibilidade (que podem ser adquiridos nas lojas que vendem artigos sexuais).
  3. Provocar uma ejaculação uma hora antes das relações sexuais.

Caso estas indicações não tenham resultados positivos, mesmo após terem sido tentadas em várias ocasiões, então será recomendada uma intervenção distinta.

A terapia aconselhada é específica para cada pessoa, isto é, após a avaliação do caso são determinados qual o grau de importância de cada um dos factores associados ao problema, com base nisto é desenhada uma intervenção adequada às características da pessoa e do problema em questão.

Em termos gerais várias intervenções são possíveis para cada disfunção sexual, no caso específico da ejaculação precoce destacam-se as seguintes, podendo ser recomendadas várias para a mesma pessoa:

  1. Redução da ansiedade
  2. Melhoria da Comunicação
  3. Aumento da experiência sensorial (foco sensorial), recurso a fantasias
  4. Técnica do "para-recomeça" ou "interrupção" (introduzida após a fase III do foco sensorial), existe uma estimulação até ao ponto em que é quase inevitável a ejaculação, para-se até que a erecção começa a ser perdida, começando então novamente a estimulação. A técnica é repetida várias vezes antes de se permitir que a ejaculação ocorra. Quando já se tem algum a confiança quanto à capacidade de retardar a ejaculação através da estimulação manual, iniciam-se curtos períodos de penetração vaginal com a mulher na posição superior, podendo usar-se a "posição lateral" quando a anterior estiver dominada.
  5. Técnica de "squeeze" ou "compressão", recorre-se a esta técnica quando a anterior se revela insuficiente, trata-se de impedir a ejaculação comprimindo o pénis ao nível do freio ou na base, durante 3 a 4 segundos. Esta técnica é algo dolorosa e pode ser perigosa se usada incorrectamente, pois pode provocar o rompimento dos vasos seminais, se a compressão não terminar caso a ejaculação inicie. Por este motivo, desaconselha-se a utilização desta técnica sem a recomendação, explicação e acompanhamento de um profissional na área da sexualidade.

Estas indicações terapêuticas pretendem informar sobre as possíveis soluções para o problema, qualquer aplicação técnica deve ser feita unicamente por indicação de um profissional da área, caso contrário a intervenção pode ter poucos ou nenhuns resultados positivos.

 

Fonte: www.sexualidades.com